Os Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs), mais conhecidos como cigarros eletrônicos ou vapes, têm se popularizado entre os mais jovens nos últimos anos. Esses dispositivos são derivados do tabaco e estão diretamente ligados ao tabagismo, uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco. Diante desse contexto, a Secretaria da Saúde (Sesa) alerta sobre os riscos à saúde que os dispositivos podem acarretar.
Entre os alertas mais importantes, destaca-se que, no Brasil, as autoridades proíbem a fabricação, importação, comercialização, distribuição, armazenamento e transporte, além da propaganda de todos os Dispositivos Eletrônicos para Fumar. Este ano, uma atualização feita pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por meio da Resolução da Diretoria Colegiada RDC Nº 855, também proíbe o uso de quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar em ambiente coletivo fechado.
O uso dos cigarros eletrônicos pode levar ao uso de outras formas de tabaco e causar dependência. A pneumologista do Centro Regional de Especialidades (CRE) Metropolitano, Kristiane Rocha Moreira Soneghet, explica: “Esses dispositivos contêm um alto grau de nicotina e podem levar a outras formas de tabagismo, mantendo a dependência. O aroma atrativo ajuda a manter o hábito”.
Embora os cigarros eletrônicos tenham se popularizado entre o público jovem devido aos sabores e odores atrativos, é importante que toda a sociedade fique atenta. Ao contrário do que muitos acreditam, esses dispositivos podem causar problemas graves à saúde.
A EVALI é uma Lesão Pulmonar Associada ao Uso de Cigarro Eletrônico. Trata-se de um problema respiratório grave que pode levar à insuficiência respiratória e necessitar de internação em Unidades de Tratamento Intensivo (UTI). Além da EVALI, outras condições ligadas diretamente à exposição à fumaça do cigarro incluem irritação na mucosa nasal, rinite, tosse e descompensação de doenças como asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC).
Além disso, há os perigos ligados às doenças cardiovasculares, como doenças coronarianas que podem levar ao infarto do miocárdio, e doenças circulatórias periféricas, como a trombose. E, sem esquecer do câncer, tanto no cigarro convencional quanto nos cigarros eletrônicos, há substâncias com potencial cancerígeno, informou a pneumologista.
Desde 2009, a Anvisa proíbe os cigarros eletrônicos no Brasil e realiza revisões periódicas sobre o tema. Entretanto, mesmo com a proibição, os dispositivos vêm se popularizando ao longo dos anos em todo o país.
No Espírito Santo, a Vigilância Sanitária Estadual (VISA), da Secretaria da Saúde (Sesa), junto a órgãos como o Instituto Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon), a Delegacia do Consumidor e o Ministério Público Estadual (MPES), apoia os municípios na fiscalização desses materiais para garantir o cumprimento da lei. Além disso, promovem ações educativas, especialmente para o público jovem, que concentra o maior número de usuários.
Os cidadãos podem fazer denúncias pelos canais da Ouvidoria SUS, pelo e-mail [email protected], pelos telefones (27) 3347-5732 ou 3347-5733, de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h, ou presencialmente na sede da Secretaria da Saúde, na Enseada do Suá, em Vitória. O cidadão também pode realizar uma manifestação pelo Sistema E-OUV, da Ouvidoria Geral do Estado, por meio do link disponível no site.
Os cigarros eletrônicos, segundo o Ministério da Saúde, são considerados Dispositivos Eletrônicos para Fumar (DEFs). Eles funcionam à base de uma bateria que aquece uma solução líquida, produzindo um aerossol que o usuário inala. Essa solução é composta principalmente por nicotina, propilenoglicol ou glicerol e aditivos de sabor. Além disso, esses produtos contêm substâncias cancerígenas, metais pesados e produtos utilizados na indústria alimentícia, além de possuírem potencial explosivo.
Por serem derivados do tabaco, esses dispositivos são nocivos à saúde, embora muitos ainda acreditem que não. A grande diferença está na apresentação: os dispositivos eletrônicos para fumar apresentam sabores e aromas agradáveis. Isso pode levar à falsa impressão de que são inofensivos. No entanto, a realidade esconde diversos riscos à saúde.
A nicotina, presente em grande parte das soluções utilizadas nos DEFs, é uma droga psicoativa que pode causar dependência e danos pulmonares. A Organização Mundial da Saúde (OMS) salienta que todas as formas de tabaco são prejudiciais e que não existe um nível seguro de exposição.
O cigarro comum deixa seus malefícios mais aparentes, enquanto o eletrônico está disfarçado de algo recreativo e inofensivo. Porém, ambos são prejudiciais. Parar de fumar é sempre a melhor opção.
No Espírito Santo, o Programa Estadual de Controle de Tabagismo, da Secretaria da Saúde, busca reduzir os casos de tabagismo no Estado. Eles capacitam os municípios para a implantação do programa e apoiam a realização de campanhas educativas e ações de abordagem. Essas iniciativas visam estimular a adoção de comportamentos e estilos de vida saudáveis.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento ao fumante em 63 municípios por meio de equipes multidisciplinares. O acompanhamento inclui uma abordagem cognitiva-comportamental, onde o usuário passa por uma avaliação clínica para verificar seu grau de dependência e, posteriormente, é inserido em um grupo de apoio. A avaliação clínica determina a indicação de medicamentos. O SUS oferece repositores de nicotina (adesivos e gomas de mascar) e antidepressivos.
Fonte: GOV ES