O procurador-geral do Ministério Público de Minas Gerais, Jarbas Soares, anunciou que o acordo para a reparação dos danos causados pelo rompimento da barragem de Mariana está em sua fase final. As negociações envolvem os governos federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo, além das mineradoras responsáveis, Vale, Samarco e BHP. As partes estão definindo os valores e prazos de pagamento, com prioridade para um desembolso significativo inicial, visando resolver os problemas das comunidades afetadas rapidamente. A conclusão do acordo é esperada em breve.
Relembre o Desastre de Mariana
A tragédia em Mariana, Minas Gerais, começou com o rompimento da barragem de Fundão, pertencente à Samarco Mineração S/A, em 5 de novembro de 2015. Este evento devastador provocou um dos maiores desastres ambientais do Brasil.
A Barragem de Fundão
A barragem de Fundão foi inaugurada em dezembro de 2008 para armazenar rejeitos de minério de ferro. Desde o início, enfrentou problemas estruturais, incluindo uma forte percolação em 2009 e outra em 2010, que exigiram várias intervenções de engenharia.
O Rompimento
Em 5 de novembro de 2015, às 15h30, a barragem se rompeu, liberando aproximadamente 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos imediatamente. Outros 16 milhões de metros cúbicos continuaram escoando lentamente. A onda de lama destruiu o subdistrito de Bento Rodrigues, matando 19 pessoas e desalojando centenas de famílias.
A avalanche de rejeitos percorreu 55 km pelo rio Gualaxo do Norte até chegar ao rio Doce, afetando várias localidades rurais. A lama atingiu as comunidades de Paracatu de Baixo, Camargos, Águas Claras, Pedras, Ponte do Gama e Gesteira, além dos municípios mineiros de Barra Longa, Rio Doce e Santa Cruz do Escalvado. No total, o desastre impactou diretamente 39 cidades.
Impacto Ambiental e Social
O desastre causou danos ambientais severos, destruindo vegetação, habitats e matando animais. A poluição hídrica resultante interrompeu o abastecimento de água em cidades como Governador Valadares (MG), Baixo Guandu (ES) e Colatina (ES). Além disso, os rejeitos percorreram 663 km até desaguar no Oceano Atlântico, no distrito de Regência, Linhares (ES).
Legado de Destruição
O rompimento da barragem de Fundão deixou um legado de destruição ambiental e sofrimento humano. As consequências econômicas, sociais e ecológicas ainda são sentidas, com danos contínuos e, em muitos casos, permanentes. A tragédia de Mariana permanece como um lembrete doloroso dos riscos associados à mineração e da necessidade de maior vigilância e segurança nas operações industriais.
Fonte: ES Fala, MPF